quarta-feira, 25 de julho de 2007

Vai um conselho aí?

"Conselho se fosse bom não se dava, se vendia". Convivo com essa frase desde que me entendo por gente. Aliás, acredito que a maioria das pessoas conviva com essa afirmação. É sobre isso que quero escrever hoje. Para se ter "bons conselhos" as pessoas estão predispostas a pagar, ou invertendo um pouco o negócio, as pessoas que realmente podem dar bons conselhos não mais querem dar gratuitamente, e sim vendê-los.

Ora ora, que maluquice é essa? Hoje temos a capacidade de publicar e tornar acessível a opinião de qualquer especialista sobre qualquer assunto a custo quase zero. É isso mesmo, o fenômeno da cauda longa é impressionante no mercado do conhecimento. Se o conhecimento está mais acessível e hoje constatamos que estamos numa era de hipercompetitividade, aonde temos o paradoxo da escolha e a "stressisão" reinando no cenário, cabe aos especialistas darem conselhos sobre o que é bom e o que é ruim na área de conhecimento deles.

Os orientadores profissionais, que atuam como consultores, como "personais"qualquer coisa, tem na verdade formas de gerar receita para seus conselhos. Uma é prestando assistência pessoal para seus contratantes, e outra - enorme hoje - é através da blogosfera que aqui nos encontramos.

Vários blogs especialistas sobre um assunto geram tráfego e tráfego é receita. Aliás a grande maneira de receita do Google hoje é de colocar anúncios certos nos lugares de conteúdos pertinentes a determinado assunto. Não interessa se é da Editora Abril, da TV Globo ou do Marcio Borges,o que interessa é que o anúncio tenha pertinência com o conteúdo gerando maior chance de efetividade do anúncio em questão. Ou seja, ganha o Google, ganha o gerador de conteúdo (se tiver aberto o espaço para publicidade), ganha o anunciante e principalmente o leitor. Essa eficiência é que está mudando a cauda longa da publicidade. Você só paga a publicidade se ela tiver tido efeito. Com isso menores anunciantes estão entrando no mercado e publicadores estão podendo ser remunerados.

No mercado publicitário e na vida fora da Blogosfera, várias empresas estão sendo criadas para vender "idéias". A Naked de londres só é remunerada pelas idéias que produz. Ou seja "Conselho bom é conselho vendido".

Quer um conselho? Aproveita o que estou dizendo e vai estudar um pouco mais essa questão da cauda longa, das mídias digitais e das redes sociais. Esse conselho é bom e ainda está de graça.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O paradoxo da escolha

Painel de debates com Barry Schwartz, autor do livro "the paradox of choice" que argumenta que a inoperância na tomada de decisão, ou a paralização de decisão de compra com consequente insatisfação permanente dos consumidores.

O autor argumento que hoje a múltipla oferta de produtos similares provoca uma insegurança de compra. A Teoria vem de encontro ao termo "stressisão" que venho debatendo e da crescente influência dos "orientadores profissionais".

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Orientação profissional na "stressisão"



Conforme venho abordando recentemente sobre a decisão de compra tomada sobre stress, hoje vou escrever e exemplificar sobre a orientação profissional como influenciadora no processo de decisão de compra de produtos e serviços.

Normalmente o processo de compra se dá através de alguns papéis desempenhados ou pela mesma pessoa ou por mais de uma pessoa dada à característica do produto e a sua complexidade. Estamos acostumados com a figura tradicional do vendedor como um auxiliar para nos ajudar a decidir por um ou por outro produto. A discussão feita anteriormente sobre o contexto da hipercompetitividade, nos mostrou que a angústia de compra atualmente está criando um novo papel. Os consumidores hoje ficam inseguros para comprar. E querem ter uma opinião isenta (sem influência comercial) para decidirem suas compras.

Essa orientação profissional se reflete numa nova influência, que alguns varejistas antenados já perceberam e estão colocando em prática. Atualmente, dentro das lojas dos supermercados Zona Sul, existem profissionais atuando como "masters de queijo" e "master de vinhos". O que eles fazem? Auxiliam o consumidor do Zona Sul a optarem, dentro da ampla oferta existente, pelo produto que melhor vai atender às suas características.

Dentro dos shoppings Rio Design (Barra e Leblon /RJ), durante alguns períodos do ano, podemos encontrar os "consultores de estilo". O que eles fazem? Ajudam os consumidores a escolherem as roupas e acessórios que mais combinam com suas características.

E hoje, folheando o O Globo, me deparei com um anúncio da "Promoinfo" (ex-info shopping com filiais no Centro, na Barra, na Av.Suburbana, na Tijuca e em Nova Iguaçu) dizendo sobre o "orientador promoinfo". O que ele faz? Ajuda os consumidores a decidirem sobre os equipamentos de informática mais adequados às suas necessidades.

Na verdade esses "consultores, orientadores, personais, etc" estão revertendo uma lógica corrente. A primeira é que eles são pagos pelo varejo, ou seja, não são comissionados e isso tira um aspecto comercial que hoje o consumidores não querem mais. A segunda é que eles são treinados para auxiliar um consumidor que hoje tem dúvida na hora de escolher. E a terceira é que hoje eles estão trazendo para o varejo tradicional uma lógica que já acontece no ambiente on-line, que é a recomendação por outras pessoas e principalmente a recomendação de especialistas em seus blogs.

Essa lógica e esses fatos me demonstra claramente a tese que defendo há tempos. A influência da compra hoje está criando mais papéis. Papéis claros na cabeça do consumidor e nem sempre claros na cabeça dos profissionais de marketing e de comunicação.

Hoje em dia, com as ferramentas disponíveis, dar poder ao consumidor para que ele amplie sua comunicação é no mínimo indispensável.






segunda-feira, 9 de julho de 2007

"Stressisão" - A angústia da compra e a hipercompetitividade

A crescente oferta de produtos similares no mercado vem tornando cada vez mais a escolha de um produto ou um serviço um processo angustiante. Angústia essa que não é resolvida imediatamente após a compra, pois atualmente está cada vez mais comum escutar as pessoas se lamentando que deveriam ter comprado "um outro produto" depois de efetivada a compra. A necessidade das empresas de tornarem - de uma forma cada vez mais rápida - obsoleto seus produtos , uma vez que elas de fato não tem nenhuma inovação para apresentar, torna a compra sempre uma questão de felicidade parcial e não duradoura.

Hoje tomar a decisão de compra de qualquer coisa se torna stressante pela infindável oferta de produtos similares: qual operadora de celular usar, qual aparelho celular comprar, qual MBA fazer, qual carro, qual academia, qual livro, qual investimento fazer, qual plano de saúde, qual computador, qual TV - de qual tecnologia, etc?

Dentro desse mesmo cenário, vemos essa angústia se repetir na escolha dos meios de informação e de comunicação dada sua infindável oferta: qual programa assistir, qual revista, qual blog, qual noticiário, qual filme, etc?

Anteriormente, a propaganda tradicional se valia da mídia de massa para validar essa escolha mediante a construção da marca via exposição dos argumentos através de seus canais de comunicação. Atualmente esses canais são diversos e não necessariamente constroem essa escolha e tampouco resolvem essa angústia, pois aumentou a oferta de meios e a oferta de produtos.

Nesse cenário, e com a crescente construção das redes sociais através da internet, torna-se importante validar a escolha através da orientação "profissional" estabelecida nas redes sociais. Ou seja, grande parte dos consumidores para validar sua compra - de qualquer coisa - buscam informações através de blogs específicos sobre o assunto, de comunidades estabelecidas de gente que gosta da mesma coisa, e principalmente da recomendação dessas pessoas comuns que já consumiram o produto que se deseja comprar. Quantas pessoas foram impactadas por determinada campanha na mídia de massa e ao buscar mais informações sobre o produto acabaram comprando o produto concorrente pois estava melhor recomendado por outras pessoas?

Esse fenômeno da inteligência da coletividade, aonde recomendações de pessoas comuns fizeram com que produtos praticamente sem conhecimento explodissem, vem impactando cada vez mais no planejamento da comunicação. Exemplos de tecnologias agregadoras de conhecimento e recomendações que antes praticamente só existiam nas lojas on-line - como a Amazon, vem se solidificando nos exemplos off-line. Ou seja, a mescla da presença off-line com a recomendação on-line nas redes sociais vem se tornando uma premissa para que produtos aconteçam ou não aconteçam.

Esse fenômeno acontece para qualquer produto e não mais somente para produtos de alto valor. Hoje o consumidor busca recomendação de vinhos, de queijos, de celulares, de computadores, de livros, de carros, de restaurantes, de filmes, de destinos turísticos, de hotéis e de tudo mais que ele quiser comprar. E ai da sua marca não fazer parte dessas recomendações nas redes sociais.

A "stressisão" (termo que estou adotando para a tomada de decisão sob stress) da compra só é diminuída através dessas recomendações. E essas recomendações podem vir de qualquer lugar do mundo - sem fronteiras.

Se torna imperativo, atualmente, que um planejamento de comunicação eficaz contemple a interferência positiva da campanha nas redes sociais. Através disso podemos amplificar o alcance da campanha e consequentemente os efeitos de aceitação do produto.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Comportamentos dos jovens que estão modificando hábitos de consumo

Nem sempre consigo antecipar todos os movimentos que estão impactando na forma como as marcas devem se comportar para gerar aceitação de seus produtos, mas alguns pontos relevantes se tornam tão visíveis que podemos agrupar como "tendências" e indicá-las para uma análise mais rica do ponto de vista do planejamento de comunicação. Esses comportamentos que listei abaixo são um exemplo pertinenente disso. São movimentos que jovens e adolescentes estão fazendo há algum tempo e que já estão sendo refletidos em todas as esferas sociais.

  • Solidão e redes sociais. Os jovens continuam sendo uma geração pontuada por contradições. Atualmente eles estão conectados em várias redes sociais, mas se conectam através do isolamento de seus quartos.
  • Vida Customizada. Os jovens de hoje em dia estão customizando vários aspectos da sua vida. Das listas de música ao vestuário. Os jovens querem ter coisas que todos reconheçam, mas que sejam únicas.
  • Orgulho Local. Cada vez mais os jovens desenvolvem fortes raízes com seus locais de origem. E fazem disso parte da sua identidade GLOBAL.
  • Febre de blogs. Os jovens atualmente estão olhando um amplo espectro de fontes de informação, e estão ávidos por experimentar fontes geradas por outros pares através dos seus blogs. Revistas on-line sobre moda e streetwear, sites de músicas, e notícias on-line sobre eventos estão jogando mais lenha na fogueira.
  • Sem limites locais ou de fronteiras. Consumidores jovens estão procurando aquilo que lhes interessam sem se limitar à shoppings próximos ou a lugares tradicionais de consumo. Não interessa em que local do planeta esteja o que eles querem, eles vão achar e consumir.
  • Marcas Indie . Os jovens vem rejeitando cada vez mais as “grandes marcas” e esse movimento por selos ou marcas independentes está cada vez mais forte.
  • Barganhando, trocando talentos e fazendo favores. Os jovens estão cada vez mais ligados em redes em que eles possam trocar seus talentos pessoais por coisas que eles queiram. Eles estão criando uma rede de troca de favores como moeda corrente.

livre tradução: wgsn - the hot stuff 2007 - youth behavior

terça-feira, 3 de julho de 2007

O que é o que é na WEB 2.0?

Várias pessoas já ouviram falar sobre os conceitos de web 2.0, mas embora muitas pessoas já utilizem a web 2.0 no dia-a-dia, muitos ainda não perceberam realmente as ferramentas e os termos presentes nesse negócio. Como tenho respondido muitas dúvidas sobre as ferramentas, resolvi publicar um o que é o que é para ajudar no entendimento dessas ferramentas. Seguem então as principais definições:

Blogs (termo para Web logs) São jornais ou diários online hospedados em um web site e frequentemente distribuídos e oferecidos em outros sites ou para leitores diretos usando RSS (Ver abaixo). Exemplo é esse blog que você está lendo.

Inteligência da coletividade se refere a qualquer sistema que se propõe através de códigos algorítmicos a dividir a expertise de um grupo sobre a expertise individual para ajudar no processo de tomada de decisão. Tecnologias que contribuem para a inteligência da coletividade incluem publicações colaborativas, banco de dados partilhados e liberação de direitos autorais para dividir conhecimento. Exemplos: Mecanismos de buscas (Google), recomendações (amazon), etc.

Mash-ups É a junção de conteúdo de diferentes fontes online para criar um novo serviço. Um exemplo de mash-up poderia ser um programa que juntasse conteúdo de apartamentos para serem vendidos com o google maps mostrando a localização deles.

Peer-to-peer networking (conhecido também como P2P) É a técnica para distribuir eficientemente distribuir / partilhar arquivos (videos, música, textos) em toda a internet ou para um grupo fechado de usuários. Diferentemente do método tradicional de guardar arquivos em um servidor único, que pode derrubar facilmente o servidor caso todos os usuários acessem o servidor simultaneamente, a rede P2P distribui os arquivos ao longo de todas as máquinas de usuários que estão na rede. Alguns sistemas inclusive dividem “pedaços” dos arquivos em várias máquinas, como o Joost por exemplo.

Podcasts São gravações de áudio ou vídeo – um formato multimídia de um blog ou outro conteúdo. São frequentemente distribuídos através de um agregador de conteúdo como o Itunes por exemplo.

RSS (Really Simple Syndication) Formato que permite que as pessoas assinem distribuição de conteúdo online de notícias, blogs, podcasts ou qualquer outro meio de informação.

Redes sociais Se referem a sistemas que permitem que membros de determinados sites possam compartilhar ou aprender com outros membros suas habilidades, talentos, interesses, conhecimento e preferências. Exemplos disso: Orkut, Myspace, Linkedin, facebook, etc.

Web services São softwares que possibilitam que diferentes sistemas comuniquem entre si automaticamente de forma a trocar informações ou conduzir transações através da internet. Por exemplo: um varejista pode trocar informações sobre seu estoque com o atacadista através de internet e um atualizar o inventário do outro ou até mesmo fazer pedidos de reposição automaticamente através da rede.

Wikis, como a Wikipedia, são sistemas que permitem a publicação colaborativa. Eles permitem que vários autores possam contribuir em um documento ou em uma discussão online.