terça-feira, 4 de setembro de 2007

Mídia demais, tempo de menos.



Esse gráfico acima é uma projeção, feita pela Microsoft, do número de horas por semana em que as pessoas estarão consumindo ou tendo contato com alguma forma de mídia.

Como adoro gráficos e números, vou fazer algumas contas: A nossa semana é composta por 168 horas (24 horas x 7 dias). Descontando, e aí vou ser benevolente, as horas em que estamos dormindo - pois ainda não consegui imaginar uma mídia inserida nos sonhos - isso totaliza 126 horas acordados (descontando 6 horas x 7 dias) ou 112 horas acordados (descontando 8 horas x 7 dias).

A projeção acima indica que em 2020 teremos 90 horas por semana com algum tipo de contato com pelo menos 1 tipo de mídia. Isso significa, para quem dorme pouco, 71% do nosso tempo acordado, ou para quem dorme um pouquinho mais, 80% do tempo acordado.

Nesse cenário começo a imaginar algumas coisas:

1 - Vamos nos tornar cada vez mais insensíveis à apelos externos. Natural, assim como acontece com qualquer coisa por demais banalizada, como a violência que nos torna menos sensíveis à observação da natureza;
2 - O uso demasiado de determinada mídia por alguma marca poderá ter o efeito contrário ao desejado. O que estou querendo dizer: A exposição demasiada poderá "irritar" o seu consumidor, uma vez que ele estará sendo bombardeado o tempo inteiro;
3 - A entrega de mídia necessariamente vai ter que servir a dois propósitos - a) informar e prestar algum serviço ou - b) entreter o consumidor;
4 - Sairá na frente quem tiver conteúdo do interesse do target, embora até hoje a maior parte das propostas de branded content nem sempre tenham conseguido algum sucesso;
5 - A criatividade e o engajamento dos consumidores será o maior diferencial de qualquer marca. Usando um pouquinho de catequese, ou transformamos nossos clientes em seguidores da nossa "religião" ou iremos perder espaço. O negativo disso tudo - Teremos cada vez mais consumidores radicais, e a exemplo do vemos nas religiões, podemos ter o radicalismo das marcas.

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