quinta-feira, 14 de junho de 2007

Os sete grandes clichés das mídias digitais

1. Comerciais em TV aberta estão em declínio
“Criadores de conteúdo que conseguirem produzir um HIT vão conseguir manter uma audiência confiável ano após ano, criando valor para seu próprio conteúdo” Publicitários e anunciantes que querem “brand awareness” para suas campanhas ou para lançamentos de produto, precisam ser proprietários de uma audiência ou de um HIT que crie valor para suas marcas.

2. Existe uma diáspora de espectadores
Não são todas as programações de TV aberta que estão morrendo com o poder de edição dos espectadores. Existem programas que os espectadores fazem questão de ver “ao vivo”, como o Big Brother, grandes eventos esportivos, ou até acompanhar as telenovelas. Para algumas programações os espectadores reservam seu tempo, e fazem disso uma rotina, para acompanhar no seu respectivo horário, e esse hábito ainda não mudou nem tende a mudar. Uma vez que você estabelece um HIT na programação de mídia de massa, esse programa passa a ser um imã para propaganda em outros meios, como entrega à la carte, melhores momentos no celular, último capitulo na internet, etc. E são nesses momentos que a campanha ou a propaganda pode funcionar com mais eficiência.

3. Breaks comerciais estão menos efetivos
Obviamente que o TIVO, o controle remoto e os DVR’s fazem com que os espectadores tenham o poder de fugir da propaganda, o que faz com que os anunciantes estejam mais inseridos nos programas. Os anunciantes tem que identificar o conteúdo que as pessoas adoram ver. Isso libera ainda mais a criatividade em proveito da comunicação de um modo geral. “Product placement” é uma das maneiras de fazer isso. Mas se um “product placement” não for apropriado ao programa, isso acaba com o programa e com o anunciante. Um outro fato que aponta que a propaganda não irá desaparecer é que os espectadores ainda querem receber programação de forma livre e gratuita, e o grande financiador disso ainda são os anunciantes.

4. Jovens de 16 a 24 anos estão abandonando a TV e estão indo para programação on line.I
Isso é verdade, mas uma vez estabelecido um HIT na programação de massa, você pode entregar vários sub-produtos online. O Big Brother é acessado em pelo menos seis meios diferentes nas 24 horas do dia. Você pode ver atualização no site, votar pelo SMS, participar de Chats com os participantes, acessar blogs, fazer downloads no celular, etc. De fato, as plataformas digitais só fazem aumentar o efeito do alcance de um HIT na mídia de massa como nunca vimos antes.

5. As pessoas querem conteúdo em qualquer lugar, a qualquer tempo e em qualquer meio.
O conteúdo gerado pelos espectadores é bom, mas isso não substitui uma programação de qualidade. Os espectadores querem conteúdo de qualidade, e vão buscá-lo aonde ele estiver. O material no YouTube, como exemplo, é imprevisível e pouco definido. Anunciantes precisam de um pouco mais de confiabilidade para executarem seus planos. O Joost é a primeira programação de TV pela internet com um conteúdo premium e de qualidade, e é isso que os espectadores buscam com frequência e regularidade.

6. Espectadores querem criar seu próprio conteúdo
A democratização da produção de conteúdo é excelente, mas a abertura será necessária até um novo fechamento da audiência. Provavelmente a criação de conteúdos no futuro se dará de uma forma colaborativa, em que os espectadores participam com sugestões mas sempre terão o fechamento profissional. A geração de conteúdo pelos espectadores se transformará em uma “fonte de idéias” para produtores profissionais no futuro.

7. A mídia está fragmentada
A mídia está mais fragmentada, mas a produção internacional de conteúdo está mais poderosa do que nunca. Séries como Lost, 24 horas, Big Brother, etc, estão se tornando mundiais. Embora a mídia esteja oferecendo mais plataformas, nunca se distribuiu tão facilmente os mesmos conteúdos para o mundo todo. O Brasil é um exportador de telenovelas e a tendência é que isso aumente ano após ano.

Esse texto é uma livre tradução e interpretação de uma conferência de John Balzaguette, Presidente Mundial da Endemol, no Media Summit Conference realizada em janeiro deste ano em Londres

2 comentários:

MarcosVP disse...

Amado mestre, já que tenho a honra de ser o primeiro, o primeirão a comentar em seu blog, dou-lhe as boas vindas à blogosfera, já com direito a cafezinho, e brinde promocional - link, lá no Pirão Sem Dono. Boa sorte, sucesso e bons ventos, que talento e qualidade é o que não lhe falta. Abraço. VP (aka Floquinho)

MarcosVP disse...

By the way, se não aparecer meu endereço aí, é http://pirao.wordpress.com

VP.